No Circo Glaciar de Gredos (IV)
27 de Fevereiro de 2005
Gozar dos prazeres à nossa volta!
É sempre fascinante olhar em redor o Circo Glaciar de Gredos e observar a multiplicidade de técnicas invernais (e não só) que aí podem ser exercitadas: desde os estreitos e abruptos corredores alongando-se até cerca de meio quilómetro de extensão na vertical, a belas e amplas cascatas de gelo, a um vasto sortido de picos e arestas por vezes arranhando as nuvens, modelares paredes de escalada, longas pistas de neve para skiar,…
Uma autêntica universidade do montanhismo!
Instantes depois do meu regresso ao refúgio, juntou-se-me o Zé de Braga, ainda a convalescer. Tomámos um chá juntos e conversámos longos minutos na terraza do refúgio, com vista privilegiada para todo o Circo, enquanto a ele arribavam grupos de esquiadores e montanhistas equipados com raquetes ou somente cranpons, e um par de tarrotes resistentes e intrépidos debicavam o chão à cata de alimento…
Cerca das 12.30 h. o grupo do Venteadero chegava ao acampamento e começou-se a desmontar as tendas relativas a este grupo. Quando este grupo, eu incluído, nos preparávamos para regressar à Plataforma, chegava por sua vez o grupo do curso das técnicas invernais.
O regresso do nosso grupo foi feito a um ritmo compassado e o Peixoto que seguia atrás de mim inquiria-me (muito atencioso) periodicamente acerca do meu estado de saúde, que se revelava bem sadio. Já na Plataforma fomos na Citrõen até Hoyos del Espinos, à Bodeguilla, jantar cerca das 16.30 horas (lusas) Pouco depois chegava o outro grupo e às 18 horas partíamos de Hoyos. O mestre Garcia e o Hélder despediram-se de nós eufusivamente (pela minha parte agradeço-lhes tudo o que me ensinaram e a tibetana paciência que sempre demonstram/aram). Os amigos tiveram mais uma vez a gentileza de me deixar em casa, onde cheguei cerca das 01.00 h, já segunda-feira.
Este fim-de-semana que, pelo menos para mim, teve alguns desenvolvimentos inesperados e ainda de géneses bem nebulosas, mas que contribuíram para reforçar a minha inserção neste unido grupo, pois é nos momentos mais delicados que se vê (e sabe) quem são os verdadeiros Amigos, e todos demonstraram ser autênticos e bons AMIGOS (tal como o João e o Hélder*).
* destaquei aqui o João Garcia e o Hélder Santos pelo facto de eles não serem membros efectivos dos Amigos da Montanha
2 Comments:
Amigo fernando
É sempre com grande gosto e curiosidade que leio os teus escritos. Descrevem a amizade e os seus sítios com toda a exuberância que a tua bela prosa merece. Obrigado. Continua. abílio.
Abílio, é sempre bom receber ´rebuçados´ desses. E é bom saber que te dá gozo ler estes textos.
retribuo com o meu "Obrigada" pelas tuas ajudas em Gredos, e noutras situações.
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