Na Serra da Estrela (II)
Andar também é saber cabriolar....
Mal os primeiros raios solares trespassaram as estiradas fibras da tenda, fui-me libertando do envoltório de penas que até ali me tinham soerguido no ar até pairar encantado sobre o reino de todos os domínios oníricos, de todos os ilusórios domínios! O bom tempo lá fora era convidativo para umas boas espreguiçadelas, defronte da estrela mais radiante que nos afagava a cútis.
O ritual do costume: vestir, tomar pequeno-almoço, desmontar o acampamento e pouco depois das 9 horas as carrinhas arrancavam na direcção da Torre. Próximo desta e num local mais abrigado, com neve e declives satisfatórios, treinámos técnicas de progressão em terreno nevado e de seguida Queda e respectiva Auto-detenção. E de todas as posições imagináveis: de costas, de barriga, caídos para trás, com crapons, sem crapons, lateralmente, de cabriola,… E todos os Amigos travaram bem a tempo!
Almoçamos de seguida uma refeição ligeira e partimos para o topo do Cântaro Magro, para proceder a uma descida em rappel, de cerca de 30 metros. Em certos alturas pairava-se literalmente no ar, sem nenhuns apoios. Desci após uma meia-dúzia já terem testado a solidez dos pitons e cunhas fixadas anteriormente por outro clube. À medida que se ia descendo dirigíamos para as carrinhas à face da estrada. Trocámos de roupa, arrumou-se e acondicionou-se da melhor feição possível todo o material.
Cerca das 15 horas o João Garcia reuniu todo o grupo na carrinha maior e transmitiu-nos as suas opiniões globais quanto aos proveitos das actividades até ali realizadas no curso e despediu-se de nós até Gredos, juntamente com o Hélder.
No regresso vim na carrinha supra, uma Citroen Jumper de 9 lugares, uma recente aquisição dos Amigos e que fazia aqui a sua estreia em actividades da secção de Montanha. Fomos nove pessoas no seu interior, e por sinal bem confortáveis, mais as mochilas e equipamento. Aproveitamos para parar na aldeia mais alta (1050 metros) de Portugal, o Sabugueiro, para se tomar um cafezinho ou outro tipo de bebida, de modo a que o organismo carburasse 5 estrelas na longa viagem de regresso. Claro que não podia faltar a aquisição do genuíno Queijo da Serra, do pão serrano ainda fumegante, do requeijão amanteigado, do típico doce de abóbora acabado de confeccionar,… enfim uns souvenirs para consolo das esposas e famílias, e não só…
Por volta das 20.15h os Amigos tiveram a gentileza de me deixaram próximo de casa e continuaram rumo à sede em Barcelinhos.
Um fim-de-semana muito enriquecedor quer na vertente de técnica alpina, quer a nível humano/social.
2 Comments:
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